Planos de aulas

Bullying, um problema que merece tradução

Bases Legais
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Conteúdo
Ética e cidadania

Objetivos
Debater com os alunos sobre comportamento agressivo físico e moral

Introdução
Todo dia, em praticamente todas as escolas do mundo, muitos alunos sofrem algum tipo de agressão física ou moral por serem gordinhos, usarem óculos com lentes grossas ou simplesmente porque dedicam algumas horas a mais que os outros aos estudos. Segundo uma pesquisa realizada no Rio de Janeiro pela Abrapia, uma associação voltada para a infância e a adolescência, 40% dos entrevistados padecem com o bullying. Esse fenômeno, que começou a ser observado nos anos 1970, ainda não tem tradução para o nosso idioma, mas compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente. Num dos conjuntos de notas que compõem a seção Guia, VEJA lista uma série de sintomas diagnosticados por especialistas em vítimas do bullying. A reportagem também conta como algumas personalidades reagiam ao ser importunadas na juventude e anuncia a chegada da agressão ao mundo cibernético. De leitura obrigatória, os pequenos textos podem se transformar no fio condutor de uma reflexão sincera sobre como essa prática prejudica o desenvolvimento psíquico de crianças e adolescentes, derruba a auto-estima dos adultos e pode até levar ao suicídio.

Providencie cópias do quadro abaixo e distribua para a turma. Se possível, acesse com os jovens o site indicado no final deste plano e explore o Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre os Estudantes, desenvolvido pela Abrapia, e os resultados das pesquisas feitas sobre o tema em escolas do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro.

Organize os alunos num círculo e oriente a leitura das notas de VEJA. Pergunte quem já foi alvo de implicâncias e perseguições de colegas na escola. Houve algum tipo de agressão física ou as ações se deram mais no campo moral, com a escolha de apelidos politicamente incorretos? Os jovens percebiam risadinhas, empurrões, fofocas ou a propagação de termos pejorativos como bola, rolha de poço, baleia, nerd, quatro-olhos etc.? Quem já recebeu mensagens difamatórias ou ameaçadoras no celular, no Orkut ou nos blogs pessoais? Provavelmente muitos dirão que já testemunharam "brincadeirinhas" do gênero, mas dificilmente admitirão que já as promoveram.

Para debaterChame a atenção dos jovens para o fato de que o bullying, às vezes considerado normal por alguns pais e até por professores, está longe de ser inocente. Apesar de configurar prática comum entre crianças e adolescentes de países diferentes e fazer parte do cotidiano escolar em todas as épocas, deve ser constantemente evitado e combatido. Ressalte que uma das maiores preocupações dos estudiosos do assunto são os efeitos psicológicos que as agressões podem produzir nas vítimas. Leia com a classe o quadro abaixo e discuta o significado etimológico da expressão bullying. Então, peça que todos pensem numa possível tradução da palavra para o nosso idioma.

Destaque os sinais listados por VEJA em relação aos alvos da “brincadeira sem graça”. Lembre que daí podem advir problemas como depressão, angústia, baixa auto-estima, estresse, isolamento, fobias, evasão escolar, atitudes de autoflagelação e até suicídio. Os estudos produzidos pela Abrapia, inspirados nas pesquisas norueguesas dos anos 1970, por seu turno, mostram que as vítimas do bullying podem, no futuro, reproduzir a prática com outras pessoas – como os personagens da capa deste Guia e da ilustração.

Atividades
Proponha que os alunos colham depoimentos – se possível com auxílio de um gravador – de pais, tios, avós e outras pessoas de diferentes faixas etárias sobre as dificuldades de relacionamento que experimentaram durante o tempo de escola. Quais eram os apelidos mais comuns naquela época? Alguém foi às “vias de fato” com os colegas que criavam e apontavam defeitos nos outros? Certamente a garotada vai identificar casos diversos de pessoas que sofreram intimidações e agressões no passado. É importante que os depoentes contem de forma franca o que viveram e expliquem como superaram suas dores, a exemplo das personalidades ouvidas por VEJA no quadro “Eles Eram Alvo de Implicância”. Na semana seguinte, os jovens devem reunir o material obtido. O conjunto de narrativas dará a cada um a oportunidade de se identificar com os entrevistados e também de se colocar no lugar de quem é perseguido, achacado, discriminado, humilhado e ridicularizado ainda hoje. Depois peça que, divididos em pequenos grupos, os adolescentes aprofundem a questão e elaborem uma lista de ações para evitar o bullying na escola. As sugestões de cada equipe serão organizadas e apresentadas por meio de um grande painel para todo o colégio. Por fim, oriente a execução de textos dissertativos individuais sobre o fenômeno. Com a ajuda do professor de Língua Portuguesa, as redações podem ser avaliadas conforme a qualidade da argumentação e o nível de informação.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/bullying-problema-merece-traducao-475045.shtml


Dê uma lição sobre os valores e projetos de cada etapa da vida

Bases Legais
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Conteúdo
Cultura
Objetivos
Perceber a influência do consumo e de aspectos culturais, como o culto à juventude, na adoção de padrões de comportamento.

Introdução
Que imagens você tem da infância? Um tempo de travessuras e brincadeiras de rua, em que você "era feliz e não sabia"? Se o cenário imaginado for parecido com esse, descrito em Meus Tempos de Criança, do sambista Ataulfo Alves, está na hora de rever a relação com seus alunos. A reportagem "Criança Pensando Como Gente Grande" mostra que hoje, nas grandes cidades, os jogos de botões sobre a calçada foram substituídos pelas visitas ao shopping, o templo de consumo de patricinhas e mauricinhos (e aspirantes a) pré-adolescentes. Mas essa não é a única mudança. Se as crianças descobrem a adolescência antes mesmo de passar pelas transformações biológicas da puberdade, muitos jovens relutam em abandonar a proteção dos pais para assumir as responsabilidades dos adultos. Paralelamente, certos casais adotam padrões de comportamento juvenis, tornando-se gatões e gatonas de meia-idade. E os avós, com uma renda razoável e boas condições de saúde, são cortejados pelas agências de publicidade, como informa o texto "O Poder Grisalho".

Por que tudo isso vem acontecendo? Devido ao canto de sereia do consumo? Ou esse é apenas um dos aspectos que colocam em xeque, nas sociedade contemporânea, os papéis desempenhados em cada etapa da vida? Por que os limites biológicos e culturais das diferentes idades estão sendo desafiados ou redesenhados? Examine essas questões com os estudantes.

Atividades
Peça que cada um dos adolescentes recorde sua infância e procura descrevê-la levando em consideração os aspectos mencionados a seguir. Como eles podem caracterizar essa fase (tempo de brincadeiras, de descompromisso etc.)? Como era a vida cotidiana? E as relações com o universo do consumo? Que tipo de roupa, brinquedo e outros objetos os pais habitualmente adquiriam? A televisão fazia parte de seus hábitos? Quais eram os programas preferidos? Sugira que depois, em grupos, anotem as características comuns à maioria das respostas.

Atividades
Após a leitura de "Criança Pensando Como Gente Grande", peça que todos destaquem os trechos relacionados a consumo, atitudes no cotidiano e expectativas das crianças ouvidas pela pesquisa do canal Cartoon Network. Essas passagens podem ser comparadas aos aspectos já levantados sobre a infância de seus alunos. Então, proponha a montagem de um painel sobre as modificações no comportamento infantil nos últimos anos. Divulgue entre os alunos alguns dados de uma pesquisa feita pela MTV com jovens urbanos (veja o quadro) e peça que os estudantes comparem esses traços de comportamento com os das crianças apresentadas por VEJA.

Examine com a turma os anúncios publicitários reproduzidos nestas páginas. Mostre que eles destinam-se a um público urbano de bom poder aquisitivo, semelhante ao consultado pela pesquisa da MTV. Leve os estudantes a perceber como o texto e a imagem da publicidade convidam as crianças a consumir e a agir como "gente grande", isto é, como adolescentes preocupados em seduzir o sexo oposto, namorar etc. Chame a atenção para o apelo sensual presente nas campanhas: isso pode ser associado à afirmação, feita por um diretor do grupo a que pertence o canal Cartoon Network, de que "os brasileiros exprimem sua sexualidade mais do que outros povos"? Ou trata-se basicamente do interesse do mercado pela ampliação do seu público consumidor?

Para a segunda aula, encarregue os alunos de examinar, na televisão, na publicidade e na imprensa, o tipo de anúncio, de programa e de reportagem dirigidos a crianças e adolescentes. Sugira que comparem e identifiquem as semelhanças entre as propagandas deste plano de aula e o levantamento feito por eles. Que modelos e estereótipos a mídia veicula?

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/licao-valores-projetos-cada-etapa-vida-428202.shtml